Manejo de doenças de Couve-flor

Uma combinação de estratégias culturais e químicas é usada para gerenciar doenças de couve-flor, uma vez que a resistência a doenças não está disponível em variedades comerciais para as doenças mais comuns.

Fungicidas são registrados para uso no manejo de várias doenças de couve-flor.

Podridão Negra

 

A podridão negra é causada pela bactéria Xanthomonas campestris pv. campestris, e é uma das doenças mais importantes de brassicas em todo o mundo (Figura 1)¹ . A bactéria pode ser transmitida através de sementes contaminadas e pode se espalhar em mudas infectadas. Ele é espalhado por respingos de chuva, insetos e equipamentos contaminados. O manejo da podridão negra concentrasse em práticas culturais sanitárias. Quando sintomas de podridão negra são observados em qualquer cultura de brassica, incluindo canola, recomenda-se como boa prática, uma rotação de dois a três anos. Ervas daninhas crucíferas, como mostarda e rabanete silvestre, devem ser controladas durante o período de rotação2,3. Evitar o plantio onde restos de culturas de brássicas foram deixados e não plantar em campos imediatamente após uma cultura de brássicas, especialmente se a podridão negra estava presente. O uso de sementes e mudas saudáveis evita a disseminação da doença no campo, também é recomendado evitar machucar as mudas durante o transplante¹²³. Minimizar a entrada de trabalhadores ou equipamentos em um campo, quando as plantas estiverem molhadas e sintomas de podridão negra estiverem presentes. Limpe cuidadosamente o equipamento que foi usado em campos com podridão negra. Evite irrigação por aspersão, se possível, e não irrigue com água que possa estar contaminada com escoamento superficial de campos infestados1,2.

 

 

Aplicações de compostos de cobre (sulfato de cobre, hidróxido de cobre e outros) podem reduzir a propagação da podridão negra, mas podem não ser eficazes durante condições persistentemente úmidas1,4. A adição de mancozeb pode melhorar a atividade de produtos de cobre contra a podridão negra5. Danos provocados por insetos podem servir de entrada para infecção, assim, o controle de insetos em couve-flor ajudará a controlar a dispersão da podridão negra. Também é considerada uma boa prática a incorporação dos restos culturais imediatamente após a colheita para acelerar a redução do inóculo dos futuros campos.

Hérnia das Crucíferas

 

O patógeno de solo Plasmodiophora brassicae é causador da doença hérnia das crucíferas, ele pode sobreviver no solo por até 20 anos na ausência de um hospedeiro suscetível. A doença se desenvolve mais rapidamente em solos quentes, úmidos e ácidos e causa inchaço e distorção dos sistemas radiculares (Figura 2). A estratégia de manejo mais importante é evitar a introdução do patógeno, utilizando apenas mudas saudáveis e limpando completamente o equipamento antes de usá-lo em um campo saudável. Evite campos mal drenados com histórico da doença e evite o plantio em campos onde detritos de culturas de brássicas foram despejados. Pratique uma rotação de três a cinco anos entre as culturas de brássicas para reduzir as chances de o patógeno se estabelecer. A rotação com milho ou alfafa mostrou-se eficaz na redução dos níveis de inóculo1,4 

Quando a hérnia estiver presente, é interessante aumentar o pH do solo para 7,2 com calcário. Essa prática é eficaz em campos que são, na maioria, livres de patógenos, mas possuem algumas pequenas áreas infectadas. O aumento do pH do solo não é muito eficaz quando as populações de patógenos são altas1,2. A adubação verde, a aplicação de matéria orgânica e a solarização do solo também podem reduzir os níveis de inóculo ou reduzir a viabilidade do inóculo. Alguns fungicidas do solo demonstraram diminuir a incidência e a gravidade da raiz-torta, incluindo ciazofamida4 .

 

Míldio

 

O míldio é causado pelo oomiceto (Peronospora parasitica), que é um parasita obrigatório, ou seja, necessita de plantas vivas para crescer e se reproduzir. A doença afeta as folhas (Figura 3), caules e cabeças de couve-flor. O patógeno pode sobreviver em alguns cultivos e plantas daninhas em algumas áreas e pode sobreviver como esporos em restos de culturas infestadas. A doença é favorecida por condições úmidas com temperaturas próximas a 15° a 21° C. O programa de manejo do míldio deve incluir a rotação de culturas por, pelo menos, 3 anos. Plantas de couve flor em campos bem drenados e com boa circulação de ar, reduzem a incidência da infecção. Períodos de molhamento foliar reduzidos pela menor densidade populacional e uma irrigação bem distribuída também são boas práticas para evitar o surgimento/disseminação de míldio. Evitar a irrigação por aspersão e não usar fonte de água contaminada com o patógeno é recomendado, assim como a completa destruição de restos culturais1,2. A aplicação de fungicidas pode ser necessária em algumas áreas, e existem muitos fungicidas registrados para o controle do míldio. Consulte sempre um técnico local para o melhor uso desses produtos2,4,5 . Deve-se combinar o uso de diferentes princípios ativos (diferentes modos de ação), para evitar o surgimento de populações de míldio com resistência.

 

Podridão de Esclerotinia

 

O fungo branco Sclerotinia sclerotiorum (Figura 4) possui uma ampla gama de hospedeiros, incluindo muitas culturas não-brassicas, e pode sobreviver por vários anos no solo na ausência de culturas hospedeiras. A infecção é favorecida por períodos de condições de frio (próximo a 15° C) com solos úmidos, próximos à saturação. 

 

A rotação de cultura por pelo menos 3 anos, é uma prática recomendada para baixar os níveis de infecção. Outras culturas hospedeiras incluem soja, feijão, ervilha, tomate, pimentão, alface, cenoura e cucurbitáceas. Grãos como trigo, milho e milho doce não são hospedeiros, portanto boas alternativas para rotação. Campos bem arejados e com baixa densidade populacional são boas práticas. Evitar muita adubação e o número de entradas no campo, que podem causar machucados nas plantas, que servem como portas de entrada da doença1,2. Existem muitos fungicidas registrados para o controle da esclerotinia, porém, os mesmos não são necessários em condições climáticas quente e seco. O uso de tricoderma tem mostrado uma boa resposta na diminuição da concentração de inóculo, porém o controle biológico deve iniciar muito antes dos primeiros sinais de doença1,2,3.

 

Murcha de Verticillium

 

O fungo que causa a murcha Verticillium também tem uma grande variedade de hospedeiros que inclui muitas espécies cultivadas e ervas daninhas. Estruturas chamadas microsclerotia, produzidas pelo patógeno, podem sobreviver no solo por muitos anos. Rotações de culturas de longo prazo com não-hospedeiros, como cereais, são necessárias para diminuir as populações de patógenos. O brócolis não é um hospedeiro do Verticillium, e os resíduos de brócolis incorporados ao solo podem ser usados como uma forma de biofumigação para reduzir os níveis de inóculo do Verticillium³ . Evitar a introdução do patógeno em campos não infestados em equipamentos contaminados. Atualmente, não há variedades de couve-flor designadas como resistentes à murcha de Verticillium, mas algumas variedades podem ser mais tolerantes à doença do que outras³.

 

Fontes

 

1. Rimmer, S., Shattuck, V, and Buchwaldt, L. 2007. Compendium of Brassica diseases. American Phytopathological Society, St. Paul.

2. Reiners, S., Wallace, J., Curtis, P., Helms, M., Landers, A., McGrath, M., Nault, B., and Seaman, A. 2018. Cornell Integrated Crop and Pest Management Guidelines for Commercial Vegetable Production. Cornell Cooperative Extension.

3. Koike, S. and Subbarao, K. 2007. UC pest management guidelines – cole crops. UC IPM. http://ipm.ucanr.edu/PMG/selectnewpest.cole-crops.html.

4. Egel, D., Foster, R., Maynard, E., Weller, S., Babadoost, M., Nair, A., Rivard, C., Kennelly, M., Hausbedk, M., Szendra, Z., Hutchinson, B., Orshinsky, A., Eaton, T., Welty, C., and Miller, S. 2018. Midwest vegetable production guide for commercial growers 2018.

5. Vallad, G., Smith, H., Dittmar, P., and Freeman, J. 2017. Vegetable Production Handbook of Florida 2017-2018. UF-IFSA.

Para informações agronômicas adicionais, entre em contato com seu representante local de sementes.

Em todas as resistências foram utilizados os nomes científicos das doenças e pragas. Para mais informações sobre nome popular, sintomas, danos econômicos e presença da doença/praga na sua região consulte técnicos locais. Todas as informações sobre os híbridos/variedades e seu desempenho, fornecidas oralmente ou por escrito pela D&PL do Brasil LTDA. (produtos com a marca Seminis), seus funcionários ou representantes, são dadas de boa fé e não como garantia da D&PL do Brasil LTDA. quanto ao desempenho dos híbridos vendidos. O desempenho pode depender de condições climáticas, de solo, de manejo e outros fatores. A agressividade de doenças e pragas é altamente influenciada por condições ambientais, histórico da área e pela variabilidade biológica, exigindo um manejo integrado que considere diferentes medidas e ações. A resistência genética é apenas uma ferramenta dentro deste contexto.

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